4 de set. de 2010
Ser Jornalista
A imprensa é livre, todos tem o direito de informar e ser informado. Não que eu seja contra o diploma, não é isso, sou a favor do diploma, mas como um diferencial, um componente a mais de preparo, e não uma obrigação. Nós jornalistas sofremos muito no passado com a censura, o diploma foi um dos métodos de controlar a informação e as cabeças pensantes. Hoje é um símbolo, mas não quer dizer que após receber um diploma você está preparado para tudo. Nós jornalistas aprendemos a cada dia com nossos erros e acertos, na experiência do dia-a-dia. Aprendemos a cada furo de reportagem e a cada processo perdido ou ganhado. Criticamos e somos criticados, ensinamos e aprendemos, essa é a nossa sina.
Ser jornalista é muito mais do que ser apenas um redator de textos, muito mais do que ser um profissional que vai aparecer todos os dias na televisão ou passar informações pelas ondas do rádio ou páginas e portais da internet. Ser jornalistas não é só criticar e comentar os jogos da rodada, não é apenas apresentar as noticias do dia ou apurar aquela denuncia e transforma-la em reportagem. O jornalista trabalha com a razão e a emoção, chora com o próprio trabalho. Às vezes é preciso escolher entre a razão de tirar uma foto perfeita ou a emoção de ser cúmplice do horror. O jornalista participa da história ao vivo, ele vive a guerra do Iraque, ele ganha a Copa do Mundo com a seleção, ele entra no território do crime. Jornalismo é uma vida, uma dedicação, um estilo de vida.
Talvez a grande motivação de ser jornalista seja poder mexer com o imaginário das pessoas. É causar o espanto, chocar o mundo, mostrar a verdade. Jornalista bom é jornalista chato, curioso. Nós somos os maiores inimigos do poder, a culpa sempre é da imprensa, a “bomba” cai na mão de quem transmite.
Ser Jornalista é ter o privilégio de poder colaborar e ajudar para que o mundo melhore a cada dia. Nós jornalistas somos de grande importância para a sociedade. Somos responsáveis por colaborar ativamente para que todos evoluam, somos a iluminação das mentes pobres. Uma população bem informada aprende a não se deixar influenciar por qualquer coisa que lhe é imposta. É lógico que todo o poder que nós temos pode ser usado para o “mal”, o excesso de poder pode causar esse efeito, esse sentimento de impunidade. Mas estes “malefícios” são menores, incomodam sim, mas é a minoria.
Quanto mais eu digo “Nós jornalistas”, mais me sinto inserido no meio, mais tenho o prazer de saber mais, estudar mais, participar mais. Sinto-me um privilegiado por estar no “bolo”, por fazer parte desta família, desta raça, nem que seja com uma pequeníssima contribuição ainda. O Jornalismo para mim não uma obrigação, é um orgulho, jornalismo para mim não é uma profissão, é um estilo de vida.