20 de jul. de 2010
A amizade
Para mim, dia do amigo é todo dia! Ainda mais para que tem “problemas” no amor (rs). Foi então que, durante minha caminhada ao trabalho, minha mente fértil começou a trabalhar. Comecei a me lembrar de alguns momentos que passei na minha vida, de momentos bobos como meu aniversário de 7 anos na minha casa, a momentos de choradeira total, como na despedida do ensino médio.
Lembrei-me do dia que um de meus melhores amigos me deu uma rasteira e quebrou meu dente, trauma que levei até meus 18 anos, na verdade sendo sincero, levo até hoje, vira e mexe sonho com aquele dia, minha mãe tava grávida e quase pariu minha irmã na minha frente, meu amigo olhava para o lado e dizia: “Caralho, ele quebrou o dente!”, eu olhava pra baixo e via um pedaço de dente no chão todo ensangüentado... engraçado que hoje esse rapaz é como um irmão para mim!
Lembrei-me do dia em que um amigo me convidou para ir ao carnaval em Piraí, eu fui sem a mínima vontade de ir, se dependesse de mim estaria em Trindade essa hora. Mas eu fui... como sempre digo,“Sinto cheiro de merda de longe”, sabia que ia dar merda lá, fui para tentar evitar uma tragédia anunciada. Chegando lá, esse meu amigo que é um bobo idiota, talvez consegue ser mais bobo e idiota que eu, e só tinha olhos para uma mulher, no meio das 2782782781 mulheres no recinto. Um dia ele me disse, “Não me deixa fazer besteira, me segura se for preciso, me tira de perto”, me lembrei dessa frase quando o vi caminhando em direção ao precipício, segurei-o pelo braço e pelo cordão, quando tomei um cotovelaço no peito. Enfim, não adiantou porcaria nenhuma fazer aquilo, mas eu comovido com a situação fui tentar limpar a barra dele com a menina, foi quando uma amiga dela (hoje uma grande amiga minha também que eu amo muito) disse. “O que ele fez foi inaceitável, me admira você vir defendê-lo”.
Lembrei-me também de um dia, em uma das viagens diárias que faço entre Volta Redonda/Barra do Piraí, essa mesma menina que me disse aquilo, chorava porque seria obrigada a sair do Micro Ônibus (ahuheha, foi comovente e engraçado ao mesmo tempo), onde, segundo palavras da própria, havia construído uma nova família. Nesse dia ela me disse: “Porra! Aquele dia do carnaval eu te achei um idiota”, não com essas palavras talvez (o “Porra” com certeza tinha na frase, talvez até o “Carai”), mas foi bem claro o que ela quis dizer. Talvez hoje, me conhecendo melhor, ela entenda porque fiz aquilo. Amizade para mim não é só festas, ou ir na “zona” com o amigo, não comer ninguém, voltar para casa com ele caindo de bêbado e tomar um esporro monstruoso do pai. Amizade requer brigas, discussões, momentos que ficam para sempre marcado na história.
Foi até injusto eu citar apenas esses momentos, já que vivi muitos. Como a vez que briguei com quase minha turma toda de faculdade, numa viajem, porque queria chegar mais cedo em casa... na verdade eu briguei por que eu vi uma menina reclamando de dor de cabeça, vi um outro rapaz quase acendendo um “beck” de tão nervoso que tava, outra preocupada com os filhos que deviam estar em casa. Na verdade briguei porque me importo muito com as pessoas ao meu redor, eu sou como um réptil: me adapto ao clima, se esta frio, eu esfrio, se esta quente, eu esquento. Meu grande defeito é minha grande virtude: me importar mais com meus amigos do que comigo próprio!
Nesse momento que estou escrevendo mais um desses meus textos melo-dramáticos, me lembrei de um outro amigo, que me perguntou assim: “Cara, o que você têm? O que você faz que todo mundo gosta e confia em você?”. Na hora eu comecei a rir, disse para ele assim: “Ser eu não é fácil cara, eu não pego ninguém, tenho fama de mané com meus AMIGOS, todos eles me zoam e eu consigo me divirtir com isso tudo... mas quando um deles se perde, fica para trás, sempre sou EU que vou buscar.”
Feliz dia do Amigo, meus amigos! Fiquei tão feliz com aquela pequena msg que eu recebi! Uma coisa tão boba, mas como sempre, qualquer coisa para mim ta bom... pensando bem, todo dia é realmente dia do Amigo, mas um dia por ano deve ser separado para todos nós nos lembrarmos disso.