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26 de jan. de 2010

Colts, Saints e a última parada: Miami





As finais de Conferência da NFL terminaram com as vitórias dos anfitriões, em duelos inesquecíveis mesmo para os vencedores. Foram batalhas duríssimas, com cada jarda conquistada se transformando em pequenas vitórias para que o principal objetivo - a vaga para o Superbowl - se transformasse numa realidade ainda mais concreta.
Mas apenas duas equipes poderiam sair vencedoras, e foram as torcidas do Indianapolis Colts e New Orleans Saints que puderam comemorar no final. Peyton Manning e Drew Brees, os melhores quarterbacks da atualidade, estarão em Miami, no próximo dia 7 de fevereiro, disputando a honra de levantar o troféu Vince Lombardi na edição 44 do Superbowl. Para New York Jets e Minnesota Vikings, fica o consolo de acreditarem até o final na vitória.

AFC
#5 New York Jets 17 @ #1 Indianapolis Colts 30

Rex Ryan, técnico do Jets, sabia que era essencial parar Peyton Manning. Contando com a melhor defesa da liga, o objetivo parecia possível no início, quando o linebacker David Harris conseguiu dois sacks ao derrubar Manning atrás da linha de scrimmage no primeiro quarto. A pressão sobre o QB do Colts permitiu apenas seis pontos para os donos da casa até o final do segundo quarto, que viam seu principal wide receiver, Reggie Wayne, muito bem marcado por Darrelle Revis. As duas defesas, aliás, conseguiam manter o ataque adversário longe da endzone, com o primeiro quarto terminando zero a zero.
E foi no segundo quarto que Mark Sanchez, QB do Jets, começou a surpreender a secundária do Colts com passes de média e longa distância. Logo na sua primeira jogada de ataque no segundo período, Sanchez fez um passe sensacional para Braylon Edwards, que resultou num touchdown de 80 jardas para os visitantes. No ataque seguinte de New York, seria a ver de Dustin Keller tornar-se o alvo do quarterback novato; com o field goal convertido por Jay Feely, minutos depois, o Jets vencia por 17 a 6, podendo ir para o intervalo com uma vantagem confortável.
Mas Peyton Manning não foi escolhido o Jogador Mais Valioso (MVP) da temporada à toa: passado o susto inicial, o líder do ataque do Colts começou a tornar ineficazes as blitzes promovidas pela defesa do Jets. O camisa 18 de Indianapolis é conhecido pela sua impressionante capacidade de ler defesas, e foi uma verdadeira aula de ataque o que se viu de Manning após entrar em campo com uma desvantagem de 11 pontos: mudando as jogadas com o time já em formação, precisou de apenas 4 jogadas em menos de um minuto para avançar 80 jardas e encontrar o WR Austin Collie na endzone. A defesa do Jets, que costuma ceder cerca de 150 jardas de passe por jogo, já havia permitido mais de 200 para o QB do Colts. E havia todo o segundo tempo pela frente.
Voltando para o terceiro quarto com apenas quatro pontos de desvantagem, Manning começou a destruir a defesa adversária. Enquanto Wayne pouco aparecia em campo, marcado implacavelmente por Revis, Pieere Garçon e Austin Collie se tornaram os principais alvos do ataque de Indianapolis, recebendo passes tanto em rotas curtas ou longas. Tanto que terminaram com 274 jardas combinadas e dois TDs. Manning terminou a partida com 377 jardas e três passes para touchdown. Reggie Wayne terminou com apenas 55 jardas recebidas, mas cumpriu bem o papel de abrir espaço para os recebedores novatos.
Se a defesa do Jets não conseguia mais parar Manning e Cia., o mesmo não se pode dizer da defesa do Colts, que não deixou o melhor ataque terrestre da NFL dar o show das partidas anteriores. Shonn Green e Thomas Jones correram apenas 83 jardas, muito pouco para quem costuma avançar mais de 170 jardas por partida. Assim, enquanto o ataque do Jets passava o segundo tempo em branco, os anfitriões marcavam 17 pontos e mostravam porque são considerados por muitos como a melhor equipe da NFL.
Equipe com o maior número de vitórias na década, o Colts vai disputar a segunda final em quatro anos, na mesma Miami em que derrotou o Chicago Bears em 2007. Se Peyton Manning já é considerado um dos maiores quarterbacks da história, um novo triunfo o deixará, em quantidade de títulos, à frente de outros superastros como Brett Favre, Kurt Warner, Joe Namath e John Unitas.


NFC
#2 Minnesota Vikings 28 @ #1 New Orleans Saints

A equipe do New Orleans Saints irá disputar o primeiro Superbowl da história da franquia ao vencer, num final emocionante, a equipe do Minnesota Vikings por 31 a 28. O field goal da vitória, convertido por Garrett Hartley no início da prorrogação, levou a torcida do Louisiana Superdome à loucura, e terminou com o sonho do veterano quarterback do Vikings, Brett Favre, de conquistar o seu segundo anel de campeão e se tornar o mais velho QB a vencer a grande final.
O equilíbrio ditou o ritmo durante os 60 minutos de partida, e nenhuma das equipes conseguia se distanciar no placar. A cada touchdown marcado, não demorava para o adversário igualar o marcador, e foi assim que Saints e Vikings ficaram trocando a liderança no placar. Ficou claro que a vitória seria de quem errase menos, e foi nesse questio que o Saints conseguiu superar o rival: enquanto New Orleans cometeu apenas um turnover, Minnesota cometeu cinco (três fumbles perdidos e duas interceptações).
E os erros do ataque do Vikings acabaram ofuscando o desempenho de seus dois principais jogadores. O running back Adrian Peterson correu para 122 jardas e três TDs, mas esteve envolvido em três dos fumbles do ataque, sendo um deles recuperado pela defesa adversária; Brett Favre passou para 310 jardas e um touchdown, mas foi interceptado em dois momentos decisivos que poderiam dar a vitória para o Vikings.
Drew Brees, QB do Saints, não foi brilhante, mas jogou com segurança e distribuiu suas 197 jardas passadas para oito recebedores diferentes, resultando em três touchdowns. Apesar do número modesto de jardas conquistadas pelo ataque - 265 - a linha ofensiva do Saints conseguiu segurar a defesa do Vikings a maior parte do tempo, cedendo apenas um sack e dando tempo a Brees para trabalhar o jogo da equipe. Pierre Thomas, apesar de correr para apenas 61 jardas, apareceu bem em momentos decisivos, recebendo um passe para TD de 38 jardas e marcando outro correndo 9 jardas até a endzone.
Mas boa parte da vitória, definitivamente, se deve à sua defesa, que não apenas pressionou Favre, como conseguiu acertá-lo em várias oportunidades; o camisa 4 de Minnesota jogou boa parte do segundo tempo mancando após uma pancada de Bobby McCray. Jonathan Vilma, Tracy Porter, Jabari Greer, Will Smith e Darren Sharper foram outros gigantes da defesa de New Orleans, que terá agora o desafio de parar Peyton Manning e conquistar o inédito título de campeão para a equipe de Louisiana.
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