30 de jul. de 2009
E a BMW dançou
O anúncio da BMW, nesta quarta-feira, que irá se retirar da Fórmula 1 ao final da temporada, serviu apenas para reafirmar aquilo que Max "Chicotinho" Mosley, presidente da FIA, alertava há tanto tempo: a falta de compromisso das montadoras com o esporte.
Ao comprar a Sauber, em 2005, a montadora alemã tinha planos ambiciosos, mas dentro da realidade de quem começa numa categoria onde costumava apenas fornecer os motores: conseguir um vitória dentro de três anos e, então, começar a lutar pelo campeonato de pilotos e construtores. A primeira parte foi alcançada dentro do prazo, com a vitória de Kubica no Canadá, em 2008, quando o polonês chegou a liderar o Mundial de Pilotos.
Porém, a desastrosa campanha na atual temporada foi o suficiente para que os executivos germânicos, preocupados apenas com os números, resolvessem pular fora sob a desculpa dos "gastos elevados do esporte". Desculpa hipócrita e covarde, pois a BMW, aliada às outras montadoras que participam da Fórmula 1, ameaçaram criar uma nova categoria se fosse mantido o teto orçamentário planejado para 2010.
Infelizmente, a montadora alemã acaba seguindo o mesmo rumo de Honda e Jaguar, que sucumbiram diante da sequência de maus resultados, e faz com que os amantes do automobilismo fiquem receosos quanto ao futuro da Toyota e da Renault, que podem abandonar o "circo" a qualquer instante.
Talvez a falta de interesse desses gigantes automobilísticos acabe devolvendo o poder às equipes "garageiras", com a diminuição de custos e o aumento do equilíbrio e emoção das corridas. Não será fácil, pois a Mercedes (McLaren) e a FIAT (Ferrari) continuarão firmes e fortes em seus postos, mas a possibilidade de ver donos de equipe como Frank Williams voltando a assumir o protagonismo na Fórmula 1 começa a deixar de ser uma utopia.