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2 de mai. de 2011

O Muro de Seda













Sem mais ver, ela estava ali naquela noite fria. O dia estava pesado, talvez eu tenha renascido no fatídico dia 26 de junho de 2010, nem tanto por ter superado um acidente automobilístico na madrugada anterior, mais pelo o que o destino me traria como recompensa.

A simplicidade era seu traço mais forte, mais característico. Ao meu primeiro olhar observei uma criatura estranha, parecia não ter sofrimentos, parecia não ter sentimentos, parecia não sentir frio, parecia não sentir nada. Bastou poucos minutos para observar um ar mais penetrante, avassalador. Aquela áurea branca não era coincidência, eu podia sentir os bons fluidos vindo daquela criatura.

Aos poucos, naquela noite, a “criatura” foi se tornando em um ser mais adorável. O seu poder de distração, de divertimento, tomou conta do ambiente. Aquela música esquisita, que antes soava estranho aos meus ouvidos, começou a tomar notas de uma orquestra afinada. A noite passou em dois tempos, ao mesmo tempo em que parecia que não passava, quando eu olhei o relógio, já havia terminado. Dizem que coisas boas, momentos bons, passam devagar. Realmente, passa devagar, mas ao mesmo tempo, foi tão rápido.

O tempo passou e se encaminhou de esfriar a história. O tempo passou mais ainda e se encaminhou de fazer a história. Dia após dia, o destino fez seu papel mais uma vez. “Eu me lembro de você naquela noite.” Dessa forma, aquele ser se dirigia a mim, mais uma vez, eu a achava estranha. Talvez meu julgamento tenha sido equivocado de começo, talvez não, com certeza foi. Não que minha percepção não seja boa, ao contrário, apenas minha interpretação não foi correta. Aquele seu jeito introvertido, fechado, com um grande traço de escoteira, uma curiosa por natureza, me deixou um pouco ressabiado, intrigado. Não sabia o que pensar sobre aquele ser. Tentava analisar friamente, sem colocar minha maior característica, a mais perfeita, em ação. Friamente, eu calculei errado, me surpreendi ao ver como aquele ser era livre. Não tinha medo de fazer o que sentia, se impunha sempre com voracidade, parecia uma leoa atrás da presa. Após aquele dia quis conhecer um pouco mais daquele ser, quis conhecer um pouco mais de seu segredo. Com a aproximação, aquele “ser”, quase uma leoa faminta e feroz, voltou a se revelar como um bicho mais simples, a antiga leoa se parecia muito mais com uma grila indefesa, que cantava com o aparecer de uma simples lua cheia no céu, saudando mais uma noite que vinha.

Mais uma vez o destino foi pregando mais uma peça. Quanto mais o tempo passava, mais tempo eu ganhava. Aquele bicho selvagem, que se transformava de uma leoa em uma grila em poucos segundos, foi se transformando em algo mais concreto, mais humano. Ela já não era mais uma criatura, mais um ser, mais um animal, mais um bicho. Ela agora começava a se transformar em uma menina. E talvez numa das mais puras meninas que já conheci. Sua maldade era inofensiva, sua malícia era ingênua. Ao mesmo que criava uma casca para se proteger, colocava amostra todo seu coração sensível, um pouco machucado por fatores externos, fatores que infelizmente (ou não) influenciavam nas escolhas daquela menina.

Aquela menina era uma rocha, não adiantava socar, quanto mais você se arriscava, mais cortava seus punhos sobre aquela dureza. Aquela menina não conseguia ficar presa, como um gato, precisava de espaço, precisava conhecer e ampliar seus horizontes. Engraçado que ao contrario dela, não sou muito bom em conhecer as coisas sozinhos, ao contrario dela, não sou o primeiro a entrar na sala escura, não sou o primeiro a pular da plataforma mais alta direto na água. Talvez por isso aquilo me intrigou mais ainda, minha curiosidade por conhecer um pouco mais sobre aquela menina aumentava cada dia e noite passadas juntas sorrindo. Por eu não ser um rapaz muito defensivo, que não arriscava muito, precisava de um escudo, de uma atacante para fazer esse papel. Acho que esse tenha sido o grande motivo de minha aceitação.

Quanto mais passava o tempo, mais aquele escudo me trazia bons fluidos. Porem o destino mais uma vez começou a me abrir certos horizontes. Aquele escudo foi se mostrando falho às vezes. O descontrole se tornava uma reação rápida e repetida daquela menina, quando percebia que sua defesa era vazada. Comecei a observar que ela também precisava de uma certa proteção. Como bons companheiros de guerra, começamos a nos proteger dentro de um ambiente aparentemente hostil. Como bons guerreiros espartanos, protegíamos um ao outro pois sabíamos da necessidade de nos mantermos firmes. Aos poucos fomos vencendo a guerra, a cada vitória um banquete era celebrado nos bares da vida. Com o tempo, o destino tratou de me mostrar mais uma vez que aquela menina era muito mais que uma pureza, uma selvageria em pessoa. Aquela menina era na verdade uma mulher, daquelas que você não encontra em qualquer esquina. Ela era como uma maçã, aquela maçã que fica em cima, no topo da árvore. Ela era mais doce, porém mais difícil de se encontrar. Não era qualquer um que a enxergava, a maioria dos homens desse mundo tem medo de subir nos galhos mais altos da árvore. Eu comecei a me sentir um privilegiado por ter conseguido me aproximar, mesmo com todo temor, todo o recuo natural e exagerado que tenho na vida, eu havia conseguido subir até aquele galho.

Comecei a aprender muito mais com aquela mulher, ensinava muito menos do que recebia de ensinamento. O destino tratou de colocar nossas almas como unha e carne, mesmo que por um pequeno momento, sempre das 18 às 22 horas, todo os dias. Mais do que isso, começava ali mais que um sentimento de amizade, amor, respeito, começava ali um sentimento de admiração mutua. Nossa amizade era pura, amar era só um detalhe. Amor de irmão, amor materno, amor de casal, tudo isso é amor. O frio na barriga de uma perda e a satisfação de ver a felicidade alheia é mesma quando se trata de uma amigo, mãe ou companheira. Mais do que o respeito pelas escolhas que cada um tomava, mesmo que não concordasse com muitas delas (o que não me impedia de demonstrar minha insatisfação) a minha admiração por aquela mulher era o sentimento mais intenso.

Não é difícil admirar algo que se goste, ainda mais quando esse “algo” é raro. Aquela menina era uma raridade. Soltava cada pérola, cada solene frase que me fazia gargalhar por horas, até dias. Mesmo quando não estava presente, às vezes me voltava aquele momento que me fazia rir, mesmo se tivesse em momento tenso no trabalho, ou relaxando em meu sono.

O tempo passa a cada dia, o destino vai fazendo sua parte. Cada vez mais sinto vontade de arrumar qualquer motivo, só para estar onde aquela criatura, ser, animal, bicho, menina e mulher estiver. Talvez me sinta um pouco na obrigação de orienta-la, as vezes a vejo um pouco confusa, as vezes não, todos os dias eu vejo confusão em seu olhar, até em seu sorriso. Normal para um se tão diferente de mim, mas que uma característica vital e vibrante exatamente idêntica a minha, a sensibilidade. Sensibilidade de se importar que um simples caramujo na rua, viva um pouco mais que a natureza o determinou. A sensibilidade de observar minha tristeza, e transformar com um simples aperto de mão, ou beijo na testa, minha aflição em conforto. Mais do que um simples muro, ela é uma fortaleza.

Mais do que esse muro, essa fortaleza, ela é minha parceira, minha companheira, todo dia o destino traz algo novo para mim, e hoje não foi diferente, não menos naquele dia 26 de junho. Ela é o tipo de pessoa que desejo ter ao meu lado até o fim dos meus batimentos cardíacos, não importa de que modo, se como criatura, ser, bicho, menina, mulher. Não importa se como conhecida, amiga, grila, companheira. Mesmo que o destino não me de essa oportunidade, sei que Ele tem algo muito bom reservado à ela, mesmo que as vezes ela pense que não, mas essa mulher tem um “q” muito especial, um “q” de moleca, um “q” de desleixo, desde seu comportamento porco e selvagem que as vezes impera em suas atitudes, ao seu poder de observação e interpretação das coisas e pessoas ao seu redor. Eis Rafaela... Related Posts with Thumbnails
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